Seminário internacional sobre acervos audiovisuais experimentais
Curadores, pesquisadores e gestores de museus especialistas na área de filmes e vídeos de artistas se reúnem no Itaú Cultural no dia 23 de março, quarta-feira, para debater temas relacionados aos acervos audiovisuais experimentais, como a sua constituição, preservação de obras em novas mídias e curadoria.
No dia 23 de março (quarta-feira), com uma mesa às 17h30 e outra às 20h, o Itaú Cultural realiza o Seminário internacional filmes e vídeos de artistas, cuja proposta é fazer uma reflexão sobre as questões que emergem da atual arte contemporânea e a urgência em apontar metodologias e práticas museológicas de conservação e exibição deste gênero de obra. É o segundo seminário sobre o tema promovido pelo Itaú Cultural. O primeiro foi Vídeo e Arte: Compartilhando Experiências, realizado em 2011 marcando o início das aquisições do instituto para a coleção de audiovisuais artísticos.
Participam deste novo encontro a responsável pelo Serviço de Cinema e Vídeo da coleção do Museu Reina Sofia, de Madri, Cristina Cámara, a coordenadora executiva do departamento de curadoria do Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires (Malba) Victoria Giraudo, a professora titular e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) Cristina Freire, o curador da 32ª Bienal de São Paulo Jochen Volz, o pesquisador e curador de arte contemporânea da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, Moacir dos Anjos e a curadora independente de mostras de filmes e artes e professora da Universidade Mackenzie e da PUC-SP Jane de Almeida.
As mesas
Com início marcado para as 17h30, Acervo de filmes e vídeos de artistas, a primeira mesa, tem mediação de Christine Mello e a participação de Cristina Cámara, Cristina Freire e Victoria Giraudo. A partir da experiência das três instituições museológicas que representam, elas propõem uma reflexão sobre as melhores práticas de constituição de acervos, preservação e difusão de coleções de filmes e vídeos de artistas. Uma oportunidade de conhecer as metodologias de trabalho específicas para a constituição de acervos em novas mídias, ressaltando os aspectos que tangem o tema da preservação, restauro e difusão destes acervos.
Cinema de exposição: curadorias dá o mote para a segunda mesa do seminário, às 20h. A mediação é de Roberto Moreira S. Cruz, curador da mostra Filmes e vídeos de artistas na Coleção Itaú Cultural, em cartaz no instituto desde o dia 16 do mesmo mês. Jochen Volz, Moacir dos Anjos e Jane de Almeida são os debatedores no contexto da atual recorrência da presença de uma situação cinematográfica em espaços diverso da tradicional sala de cinema. Nas exposições de arte contemporânea, o público encontra o que pode ser considerada uma tendência nos modos de se exibir obras audiovisuais. O chamado cubo branco tradicional se transforma em caixa-preta. O espaço da exposição transforma-se em espaço da projeção.
Assim, o cinema se instala no museu e as imagens projetadas nestes ambientes, sugerem modos originais de elaborar e compreender as narrativas propostas nestas circunstâncias. Ocupado pelos dispositivos da projeção, pelos códigos sonoros e visuais da imagem em movimento e pelos significados da narrativa, o espaço expositivo se integra ao espaço fílmico e vice-versa, e desta imbricação de funções decorre uma expansão sobre o que se entende e se define por cinema.
PERFIL DOS PARTICIPANTES
(Em ordem alfabética)
Christine Mello é pesquisadora em Comunicação e Arte, crítica e curadora. Autora de Extremidades do vídeo (Senac, 2008) e coautora de Tékhne (MAB, 2010). Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica e do Curso Artes do Corpo da PUC-SP, assim como do Curso de Artes Visuais, e da Pós-Graduação Lato Sensu em Fotografia da FAAP.
Cristina Cámara Bello (Badajoz, 1975) é a responsável pelo Serviço de Cinema e Vídeo da coleção do Museu Reina Sofia, Madrid, no qual faz parte da equipe curatorial. Tem realizad intercâmbios profissionais no MoMA e no Whitney Museum de Nova York e na Tate Modern, em Londres, onde foi co-curadora da exposição individual Rosa Barba e da mostra To be is to be perceveid.
Cristina Freire é professora titular e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Coordena o Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo (PGEHA).
Coordenadora do Grupo de Estudos em Arte Conceitual e Conceitualismos no Museu GEACC–CNPq. Vice-diretora do MAC USP (2010-2014). Sua produção acadêmica inclui textos em publicações nacionais e internacionais e livros como Além dos Mapas: Monumentos no Imaginário Urbano Contemporâneo (Annablume, 1997); Poéticas do Processo. Arte Conceitual no Museu (Iluminuras, 1999); Arte Conceitual, (Jorge Zahar Editor, 2006); Paulo Bruscky. Arte, Arquivo e Utopia (CEPE, 2007); Walter Zanini: Escrituras Críticas (Annablume/MAC USP, 2013, Prêmio Jabuti 2014).
Jane de Almeida é curadora independente de mostras de filmes e artes. É professora da Universidade Mackenzie e da PUC-SP. Foi professora visitante do Departamento de Artes da Universidade da Califórnia, San Diego e do Departamento de Arquitetura e História da Arte da Universidade Harvard. É organizadora dos livros Alexander Kluge: o quinto ato (CosacNaify) e Grupo Dziga Vertov (witz edições), entre outros. Foi curadora das exposições e mostras de filmes Ordenação e Vertigem: Arthur Bispo do Rosário (2003), Metacinemas (2004), Grupo Dziga Vertov (2005), Alexander Kluge (2007-8) e Harun Farocki: Programando o Visível (2016). Realizou filmes e filmes-instalações e atualmente produz obra sobre as imagens de Marte.
Jochen Volz é curador da 32a Bienal de São Paulo. Entre 2012 e 2015 foi Diretor de Programação da Serpentine Galleries em Londres. Foi curador do Instituto Inhotim, Minas Gerais desde 2004, onde atuou como Diretor Geral entre 2005 e 2007 e Diretor Artístico entre 2007 e 2012. Entre 2001 e 2004 foi curador da Portikus, em Frankfurt, Alemanha. Formado em História da Arte na Universidade Ludwig-Maximilian, em Munique, e na Humboldt Universität, em Berlim. Volz foi co-curador da seção internacional da 53ª Bienal de Veneza (2009) ao lado de Daniel Birnbaum e curador convidado da 27a Bienal de São Paulo (2006) em um projeto do artista Marcel Broodthaers e fez a apresentação de Cinthia Marcelle na Bienal de Lyon (2007). Além disso, contribuiu para muitas exposições em escala internacional, como Planos de fuga, Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo (2012), Olafur Eliasson – Your Body of Work, como parte do 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea – SESC_Videobrasil em São Paulo (2011), The Spiral and the Square no Bonniers Konsthall, Estocolmo (2011), a Trienal de Aichi em Nagoya (2010). Como crítico, escreve para revistas e catálogos e é editor colaborador da Frieze.
Moacir dos Anjos é pesquisador e curador de arte contemporânea da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife. Foi curador da 29a Bienal de São Paulo (2010) e das exposições “Cães sem Plumas” (2014, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, Recife), e “A queda do céu” (2015, no Paço das Artes, São Paulo). É autor dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (2005), ArteBra Crítica (2010) e Política da Arte (2014), além de editor de Pertença, Caderno_SESC_Videobrasil 8 (2012).
Roberto Moreira S. Cruz é doutor em comunicação e semiótica pela PUC-SP e mestre em comunicação e cultura pela UFRJ, é desde 2012 o curador da Coleção Itaú Cultural de Filmes e Vídeos, tendo apresentado a exposição em diversas cidades do país (Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2012; Museu Nacional, Brasília, 2013; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2013; Mamam, Recife, 2014; Casa das 11 Janelas, Belém, 2015). Foi curador, entre outras, das exposições: “Cinema sim: narrativas e projeções”, Itaú Cultural, São Paulo (2008) e “Fluxus black and white” Oi Futuro, Belo Horizonte (2012). Em cocuradoria com Aracy Amaral realizou a exposição “Expoprojeção 1973-2013”, Sesc Pinheiros, São Paulo. Seu mais recente projeto é “Carne vale – o imaginário carnavalesco na cultura brasileira”, exposição no Sesi-SP. Idealizou e coordenou a produção executiva do Iconoclássicos, série de cinco longas-metragens sobre artistas brasileiros. Atualmente atua como consultor da Enciclopédia de Cinema do Itaú Cultural.
Victoria Giraudo é coordenadora executiva do departamento de curadoria do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) desde 2010, sendo responsável pelas exposições temporárias do museu, no qual trabalha desde a sua fundação, e pela coleção patrimonial integrando o Comitê de Aquisições desde março de 2012. Em 2015 tornou-se membro do Comitê Científico-artístico do Malba.
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