Produção de cinema é mais uma das marcas do Itaú Cultural

Desde o início dos anos 2000, o instituto tem reafirmado o seu compromisso com a preservação do patrimônio cultural e artístico do país investindo também no cinema. Da série ICONOCLÁSSICOS ao premiado A paixão de JL e a Ela volta na quinta, ambos em cartaz no país, levam a sua marca nove longa-metragens, três séries para a tevê, mais de 100 projetos audiovisuais apoiados pelo programa Rumos e a ação Encontros de Cinema, criada como um espaço de referência para discutir o audiovisual brasileiro.

O premiado A Paixão de JL, filme dirigido por Carlos Nader que acaba de entrar em cartaz nos cinemas do país, marca a oitava incursão do Itaú Cultural na produção de longas-metragens e amplia a sua trajetória no mundo do cinema. Reafirmando o compromisso da instituição com a preservação do patrimônio cultural e artístico brasiliero, o instituto tem investido na produção audiovisual desde o início dos anos 2000. As primeiras produções foram os cinco filmes da série ICONOCLÁSSICOS: EVOÉ! Retrato de um Antropófago, sobre o dramaturgo Zé Celso, dirigido por Tadeu Jungle e Elaine Cesar; Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz, sobre Rogério Sganzerla, dirigido por Joel Pizzini; Assim É, Se Lhe Parece, sobre Nelson Leirner, filmado pela diretora Carla Gallo; Ex isto, livre inspiração de Cao Guimarães na obra Catatau do poeta Paulo Leminski, e Daquele Instante em Diante, sobre Itamar Assumpção, dirigido por Rogério Velloso.

 

Antes de A Paixão de JL, o instituto produziu Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meireles, longa dirigido por Marcela Lordy.  Em 2013 estreou mais um filme detentor de diversos prêmios, JARDS, documentário poético-musical de 90 minutos sobre o músico Jards Macalé, dirigido por Eryk Rocha. O filme celebra o processo de criação do artista e todo o desenvolvimento de afinação, repetição e improvisação dos instrumentos durante as suas gravações em estúdio

 

As produções e realizações do instituto com linguagem cinematográfica também tem foco na televisão.  Atualmente está em negociação a exibição, ainda este ano em uma emissora de canal fechado, do longa-metragem Errante. Dirigido por Leandro HBL, o filme é baseado no processo de construção da obra homônima do artista mexicano Hector Zamora. Realizada em 2010 ao ar livre com a suspensão de árvores de grande porte sobre o rio Tamanduateí, uma área altamente degradada perto do Mercado Municipal de São Paulo, a obra faz parte do projeto Margem, também organizado pelo instituto com curadoria do arquiteto Guilherme Wisnik. O filme tem esta intervenção pública como base e prossegue construído como um diário de sensações, pensamentos e ideias materializados em imagens, textos e sons.

 

Neste ano, duas séries também produzidas pelo Itaú Cultural, ambas dirigidas por Manifesto Impromptu, devem chegar às TVs: CrônicasNÃOditas, um conjunto de cinco crônicas audiovisuais baseadas em acontecimentos do período da Ditadura Militar no Brasil, e A Vida Começa... composta por cinco episódios de 10 minutos, cada um, com a história de um habitante da cidade de São Paulo em profunda crise existencial. Uma terceira, Projeções, sob direção de Renata Druck, está em processo de finalização com a sua conclusão prevista para o segundo semestre de 2016. Ela aborda questões sobre o processo de criação de realizadores brasileiros em diferentes formatos, como animação, ficção e documentário.

 

Programa Rumos

O também premiado filme Ela Volta na Quinta, de André Novaes, mais um que acaba de estrear nas salas da rede Espaço Itaú de Cinema no país, traz a marca do instituto com o apoio do Rumos 2013-2014, para os processos de finalização e distribuição do filme, e produção-geral em parceria com a mineira Filmes de Plástico.  Desde o início deste que é o principal programa do Itaú Cultural – criado em 1997 para o fomento à cultura e às artes brasileiras e considerado um dos principais de

iniciativa privada atualmente no país – até 2012 soma 90 projetos apoiados em audiovisual – 67 filmes e 23 pesquisas e desenvolvimento de roteiro. Na edição de 2014, foram selecionados mais 13 projetos do gênero: 10 filmes, dois projetos para pesquisa e desenvolvimento de roteiro e uma digitalização de acervo.

 

Entre os destaques de todas as edições até agora, vale assinalar: Santo Forte, dirigido por Eduardo Coutinho; 33, de Kiko Goifman; Sertão de Acrílico Azul Piscina, em dupla direção de Karin Ainöuz e Marcelo Gomes; Alquimia da Velocidade, sob direção de Arthur Omar; Desassossego, de Felipe Bragança e Marina Meliande; A Deusa Branca, dirigido por Alfeu França; Já Visto, Jamais Visto, por Andrea Tonacci e Até o Caminho, de David Pretto. Ainda, Almofada de Penas, dirigido por Joseph Specker e Tango, de Francisco Benvenuto Gusso – as duas primeiras animações apoiadas pelo Itaú Cultural.

 

Série Encontros de Cinema

O instituto também criou ação Encontros de Cinema com o objetivo de se tornar um fórum para discutir a produção cinematográfica brasileira em todas as suas vertentes. Em duas edições realizadas até agora movimentou cerca de 50 profissionais do cinema, entre cineastas, roteiristas, técnicos, produtores, diretores de fotografia, distribuidores, exibidores, críticos e pesquisadores, para compartilhar experiências, debater as múltiplas interações e tratar de assuntos sobre o setor. Esta atividade é bienal e, assim, a próxima edição está programada para o ano que vem.

 

Os resultados destes encontros estão disponíveis na página da instiuição no YouTube, acesse aqui.

 

A primeira edição, em 2013, teve consultoria do professor e escritor Ismael Xavier e do jornalista e crítico de cinema José Geraldo Couto. Para abordar temas como a produção de documentários, preparação de elenco, produção independente x blockbusters, reuniu mais de 20 convidados – entre eles os cineastas Cao Guimarães e Suzana Amaral, a pesquisadora na área de comunicação e cultura Ivana Bentes, a roteirista Anna Muylaert e Peter W. Schulze, professor e pesquisador do Instituto para Estudo de Filmes, Teatro e Cultura Empírica, e Johannes Gutenberg, da Universidade de Mainz, na Alemanha.

 

Fizeram parte da programação, ainda, duas oficinas: Novas Tecnologias/Plataformas, com a consultora criativa em filmes de ficção e documentários Daniela Capelato; e O Roteiro de Cinema, com o professor doutor da ECA-USP na área de Dramaturgia Audiovisual Rubens Rewald.

 

A segunda edição, realizada no ano passado, reuniu durante cinco dias nomes como os diretores e roteiristas Anna Muylaert e Luiz Bolognesi, a produtora e gestora de projetos multiplataforma Beth Carmona, os roteiristas Paulo Cursino, Flávio Queiroz e Carolina Ziskind e o diretor da Moonshot Pictures Roberto D’Ávila, que comandaram mesas de debates e participaram de outras. Eles colocaram o roteiro como protagonista da discussão. Entre os temas abordados, se falou sobre o cinema na era da TV, os desafios de escrever para crianças e adolescentes, o maior público da televisão paga; discussões sobre roteiros de reality show, o formato mais produzido nesse meio de comunicação; e roteiros audiovisuais infanto-juvenis.

 

 

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