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Biografia de Alexander Calder
BIOGRAFIA
Alexander Calder nasceu em 1898 no estado da Pensilvânia, Estados Unidos, em uma família de artistas. Ainda na infância, ganhou suas primeiras ferramentas e uma oficina onde fazia brinquedos e joias para as bonecas da irmã. Nos seus 20 anos, mudou-se para Nova York, onde estudou na Art Students League e fez as primeiras pinturas. Trabalhou no National Police Gazette ilustrando eventos esportivos e no Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus.
Calder mudou-se para Paris em 1926, onde criou o Cirque Calder (1926-1931). Feito de arame e uma gama de materiais fundidos, o Cirque foi um trabalho de arte performance que rendeu ao artista sua inclusão na vanguarda parisiense. Nessa época, Calder também ampliou sua invenção de escultura de arame, por meio da qual ele "desenhava" com o arame em três dimensões retratos de amigos, animais, temas circenses e personalidades da época. Sua famosa série da performer Josephine Baker data desse período.
"À parte do esboço de suas cabeças de arame, [Calder] não faz estátuas. Foi provavelmente esta absorção pelo ritmo que o fez procurar introduzir mais tarde em sua obra um novo elemento, o movimento real, e não a sua representação", destaca Mário Pedrosa em seu artigo “Calder, Escultor de Cata-Ventos”, publicado originalmente em 1944, no Correio da Manhã.
No outono de 1931, uma mudança radical ocorreu na carreira artística de Calder quando criou a escultura abstrata cinética e deu forma a um tipo inteiramente novo de arte. Os primeiros desses objetos eram movidos por motores e foram apelidados de "móbiles" por Marcel Duchamp (1887-1968) – em francês, "móbile" refere-se tanto a "movimento" como a "motivo". Calder afastou-se logo das composições motorizadas de seus primeiros móbiles, desenvolvendo trabalhos que respondiam às correntes de ar e à interação humana. Criou também obras abstratas fixas que Jean Arp (1886-1966) chamou de "stabiles".
Em 1933, Calder e sua esposa, Louisa, deixaram a França e voltaram para os Estados Unidos, onde compraram uma velha fazenda em Roxbury, Connecticut. O artista recebeu, então, duas importantes encomendas: Mercury Fountain [Fonte de Mercúrio] para o pavilhão espanhol na Feira Mundial de Paris de 1937 e Lobster Trap and Fish Tail [Armadilha da Lagosta e Cauda de Peixe] (1939) para o
Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York. A década seguinte foi um período extraordinariamente produtivo
para Calder, durante a qual elaborou mais sua arte e ganhou distinção internacional. Em 1946, foi montada uma grande mostra de Calder na Galerie Louis Carré, em Paris, para a qual Jean-Paul Sartre escreveu um ensaio seminal.
Calder esteve no Brasil pela primeira vez em 1948, quando das exposições individuais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Notavelmente, suas obras foram depois incluídas na 1a e na 2a bienais de arte de São Paulo e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) realizou uma mostra individual de seu trabalho em 1959. Ao todo, Calder visitou o país em três ocasiões, fazendo amizade com renomados artistas e arquitetos brasileiros, como Roberto Burle Marx (1909-1994), Rino Levi (1901-1965), Henrique Mindlin (1911-1971), Heitor dos Prazeres (1898-1966) e Lina Bo Bardi (1914-1992).
Durante uma estadia de um ano em Aix-en-Provence, em 1953, Calder criou o primeiro grupo de obras de grande escala para exposição ao ar livre, concentrando-se ao mesmo tempo nas pinturas com guache. Em 1954 e 1955, visitou o Oriente Médio, a Índia e a América do Sul, com idas a Paris entre essas viagens, apresentando, em consequência disso, uma surpreendente produção e extensão de seu trabalho. Calder logo dedicou sua atenção às encomendas tanto dentro como fora dos Estados Unidos, produzindo obras reconhecidas como Acoustic Ceiling [Teto Acústico] (1954), para o auditório Aula Magna na Universidade Central da Venezuela; .125 (1957), para a Autoridade Portuária de Nova York no Aeroporto John F. Kennedy; e Spirale (1958), para a Unesco em Paris. Na Itália, criou Teodelapio, um stábile com mais de 17 metros de altura, para o Spoleto Festival de 1962.
Em 1963, Calder concluiu a construção de um grande estúdio com vista para o Vale do Indre, em Saché, França. Com o auxílio de uma fundição industrial, começou a fabricar suas obras monumentais, dedicando grande parte de seus últimos anos de trabalho às encomendas públicas. Alguns de seus projetos mais importantes são Trois Disques, para a Expo de 1967 em Montreal; El Sol Rojo, para as Olimpíadas de 1968 na Cidade do México; e La Grande Vitesse, para Grand Rapids, Michigan, em 1969. Grandes retrospectivas da obra de Calder foram realizadas no Museu de Arte Moderna (MoMA), Nova York (1943); no Museu Solomon R. Guggenheim, Nova York (1964); no Museu de Belas Artes, Houston (1964); no Musée National d'Art Moderne, Paris (1965); no Fondation Maeght, Saint-Paul-de-Vence, França (1969); e no Museu Whitney de Arte Americana, Nova York (1976). Calder faleceu em Nova York, em 1976, aos 68 anos de idade.
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